Há dias, passando pelo local, alguns elementos do nosso Movimento constataram que, em mais um ato de gestão ambiental no mínimo absurdo, uma boa parte delas foi devastada a eito.
Sobre tão insólito acontecimento, enviámos ao Vereador do Ambiente da Câmara Municipal de Gondomar um pedido de esclarecimento. Ficamos a aguardar a resposta, já que ainda mais importante do que plantar mais e mais árvores, talvez seja cuidar das existentes, pelas histórias que contam, pelas memórias e as sombras que amparam.
Assinada pela Drª Iva Rodrigues Ferreira, da Divisão de Vida e Saúde Ambiental, da Câmara Municipal de Gondomar, recebemos a resposta que se segue.
Ex.mo Senhor,
Na sequência do solicitado, informo V. Exa que:
A 24 de Novembro de 2012, no âmbito da comemoração do Dia da Floresta Autóctone, o Pelouro de Ambiente promoveu uma ação de plantação de árvores na margem direita da ribeira da castanheira, junto ao terreno da antiga Feira de Rio Tinto, integrado no projeto Futuro 100.000 árvores na área Metropolitana do Porto, na qual participaram alguns elementos do Movimento que representa.
Relembrar que, este projeto encetado pelo CrePorto- Centro Regional de Excelência do Porto, pretende atingir até 2015, 100.000 árvores autóctones plantadas na Área Metropolitana do Porto, em áreas ardidas ou que necessitam de conversão, e margens ribeirinhas, com vista ao sequestro de carbono, promovendo a melhoria da qualidade do ar e da biodiversidade, no sentido de aproximar as pessoas da terra e fomentar a sua participação, tendo a Câmara Municipal de Gondomar plantado até à data 2837 árvores em todo o concelho.
Neste
âmbito, as espécies arbóreas e arbustivas plantadas, são espécies autóctones da
flora portuguesa, seleccionadas em função do solo e local da plantação, sendo a
maioria das árvores fornecida através do Floresta Comum (Condomínio da
Terra/Quercus), e como tal, de pequeno porte. No caso, foram plantadas 20
sabugueiros, e não salgueiros e amieiros, conforme referido na sua exposição.
Integrado
nas funções adstritas ao Pelouro de Ambiente, são desenvolvidas em todo o
concelho ações de limpeza das linhas de água, com o objetivo de remover
seletivamente o material vegetal seco e pendido sobre o leito, especialmente
depois de um Inverno rigoroso como o último e remover os resíduos urbanos que
são acumulados no leito, impedindo o normal escoamento do curso de água. Foi o
que aconteceu na ribeira da castanheira no início do mês de Abril último, tendo
a intervenção sido previamente programada e acompanhada tecnicamente e gerida
diariamente sob a responsabilidade do Encarregado Operacional. Nesta
intervenção, foram removidos 820
kg de resíduos verdes e 5000 Kg de residuos
urbanos, vulgo lixo.
Relativamente
às árvores plantadas, previamente à intervenção, foram removidas os sabugueiros
que sobreviveram, para maturação em viveiro até à próxima época de plantação, e
efetuada a manutenção das perenes, nomeadamente algumas nogueiras ai
existentes, considerando-se lamentável a exposição do Movimento de Defesa de
Rio Tinto, um mês após a intervenção.
Realça-se
que, tratou-se de uma intervenção curativa, que visou as boas práticas em
matéria de limpeza de margens ribeirinhas e que melhorou este troço da ribeira
da Castanheira, procurando minimizar os impactes negativos que ocorrem nas
linhas de água.