quarta-feira, 5 de setembro de 2018

Jornal Público, 27 de agosto de 2018

A empresa Águas de Gondomar manifestou na sexta-feira "disponibilidade" para promover "as ligações à rede pública" e actuar de forma "correctiva" nas "situações ilícitas ou indevidas que venham a ser detectadas e identificadas" no rio Tinto.
Em comunicado enviado à agência Lusa, a Águas de Gondomar refere que "relativamente a todas as situações irregulares de que toma conhecimento, directamente ou através de denúncia, realiza acções de vistoria às redes prediais particulares, no âmbito estrito das suas competências, notificando os proprietários para que cumpram a obrigatoriedade de ligação à rede pública ou corrijam as deficiências detectadas, quando àquela já se encontram ligados".
Esta nota surge em resposta a um pedido de esclarecimento solicitado pela Lusa na sequência de uma denúncia feito na sexta pelo Movimento em Defesa do Rio Tinto que acompanhou a visita do ministro do Ambiente, João Pedro Matos Fernandes, à obra de colocação de um interceptor no rio, projecto partilhado pelos concelhos do Porto e de Gondomar que custa 9,7 milhões de euros e estima-se que esteja pronto em Maio.
"Há um fenómeno forte de contaminação mesmo no centro [de Rio Tinto]. Não tem a ver com situações individuais e não é pontual. Os problemas são estruturais e existem agressões sistemáticas. Nada está a ser feito a montante desta obra. São esgotos domésticos que têm de ser tratados ou com estações elevatórias ou com emissários", disse Paulo Silva do Movimento em Defesa do Rio Tinto.
O responsável do movimento apontou "culpas" à Águas de Gondomar, referindo que a Agência Portuguesa do Ambiente, a SEPNA - Serviço de Protecção da Natureza e do Ambiente, a câmara de Gondomar e a junta de Rio Tinto têm conhecimento da situação.
"O movimento já fez queixa em 2017", disse aos jornalistas Paulo Silva.
Em resposta a estas declarações, no local, o presidente da câmara de Gondomar, Marco Martins, referiu: "A garantia é que daqui a um ano o rio estará limpo. A Águas de Gondomar, se for esse o caso, terá de cumprir e resolver os problemas, mas o que estão agora a denunciar só tive conhecimento ontem [quinta-feira] e na próxima semana irei pessoalmente verificar".
Antes, ao comentar o avanço da obra - que consiste na colocação de um equipamento entre as estações de tratamento de águas residuais (ETAR) do Meiral, em Gondomar, e do Freixo, no Porto, bem como a construção de 6,5 quilómetros de passadiço ao longo do rio - Marco Martins, admitiu que "existem ainda ligações abusivas no rio".
O autarca disse estarem identificadas 38 ligações ilegais, mas classificou-as de "pontuais", garantido que "as pessoas estão a ser convidadas a resolver a situação voluntariamente antes de se avançar coercivamente".
Na nota enviada à Lusa, a Águas de Gondomar aponta que "toda a infra-estrutura de saneamento encontra-se cadastrada e georreferenciada, sendo objecto de manutenção preventiva assente em plano anuais de inspecção CCTV, não se verificando qualquer situação anómala ou de descarga directa para o rio Tinto a partir da rede pública".
"De acordo com os dados de 2107, auditados pela ERSAR, na bacia do Rio Tinto encontram-se ligados à rede pública cerca de 23.000 alojamentos, através de 7701 ramais de ligação, sendo os esgotos transportados para a ETAR situada no lugar do Meiral, em Rio Tinto, onde, após os processos de tratamento, os efluentes que são devolvidos ao meio hídrico cumprem rigorosamente todas os parâmetros legais em vigor e que são impostos através de licença emitida pela APA/ARH", refere o comunicado.
A empresa garante que "a qualidade da água do rio Tinto sempre constituiu preocupação" para a Águas de Gondomar que, acrescenta, "com esse intuito participa desde 2015 num estudo de monitorização do rio Tinto e de alguns dos seus afluentes, liderado pela Universidade Fernando Pessoa e pela Lipor".

https://www.publico.pt/2018/08/27/local/noticia/aguas-de-gondomar-disponivel-para-acaocorretiva-nas-situacoes-ilicitas-no-rio-tinto-1842129/amp

terça-feira, 4 de setembro de 2018

Desenho de Onofre Varela, sempre atual (3)

Sem comentários, ainda falta muito para ser possível tomar banho no rio Tinto. A tinta vai-se estragar... menos mal.

segunda-feira, 3 de setembro de 2018

Desenho de Onofre Varela, sempre atual (2)

Se o rio Tinto tivesse unhas afiadas talvez pudesse defender-se. Vamos ter que ser nós a defendê-lo.

domingo, 2 de setembro de 2018

Desenho de Onofre Varela, sempre atual (4)

Desenho de Onofre Varela, realizados na altura da 4.ª Caminhada pelo Rio Tinto. Infelizmente, continua muito atual e este arrisca-se a ser eternamente atual. As grandes obras de arte resistem à passagem do tempo.

sábado, 1 de setembro de 2018

Desenho de Onofre Varela, sempre atual (1)


Desenho de Onofre Varela, realizado na altura da 4.ª Caminhada pelo Rio Tinto. Infelizmente continua muito atual. Os peixes vão continuar no aquário por mais algum tempo.

sexta-feira, 31 de agosto de 2018

Descida à foz do rio Tinto (2009)


Recordando um vídeo de 2009. Já lá vão muitos anos e muita coisa está profundamente diferente. Uma longa jornada a tentar recuperar um rio.

quinta-feira, 30 de agosto de 2018

Ministro do Ambiente Visita o Rio Tinto

A imagem pode conter: uma ou mais pessoas, pessoas em pé, fato, barba e ar livre
Ministro do Ambiente, Matos Fernandes, visita a obra do intercetor do rio Tinto e deixa mensagem muito clara: a montante da obra do intercetor, o rio Tinto continua com vários problemas e as Câmaras Municipais têm que ter um papel interventivo e decisivo para os resolver. Vamos ver se isso acontece. Para já o rio continua transformado num esgoto no centro da cidade. Medidas urgentes têm que ser tomadas.

segunda-feira, 20 de agosto de 2018

Parque de Rio Tinto Inaugurado

Depois de várias alterações e adiamentos, o Parque Urbano de Rio Tinto lá foi inaugurado.
Diga-se de passagem, que tendo em conta a cerimónia de lançamento do projeto, a inauguração não foi muito espalhafatosa e exuberante. Talvez a maior descrição se deva às frequentes críticas vindas das outras freguesias, que dizem que só há investimento em Rio Tinto. Compreendemos esses comentários, mas é óbvio que Rio Tinto merecia o parque urbano. Na verdade, não merecia este parque, merecia um muito melhor.
Nesta altura, impõe-se fazer um balanço e uma avaliação do parque. O aspeto mais positivo é mesmo a sua existência, e com ele a eliminação de um espaço inútil e caótico mesmo no centro da cidade. Parece que já poucos se lembram, mas no seu último mandato, o major Valentim Loureiro transformou o espaço da antiga feira num terreno baldio que mais parecia saído de um qualquer filme de guerra. Não nos podemos esquecer que a destruição do edifício da feira de Rio Tinto teve um objetivo claro, ligado à permuta de terrenos e à especulação imobiliária.
Na verdade, a especulação imobiliária não saiu totalmente derrotada, uma vez que sem que nada o obrigasse, no primeiro mandato de Marco Martins, foi dada capacidade construtiva a parte significativa dos terrenos da quinta da Boavista. Essa decisão política manchará para sempre a construção deste parque.
Olhando só para o que foi modificado e construído há aspetos positivos e negativos. Dos positivos, destacamos a construção de vários espaços dirigidos aos mais novos, quase todo o projeto parece destinado a eles. O corte da rua da Ranha também foi uma boa solução, ainda que não seja consensual e continue a ser muito crítico o atravessamento da linha do metro.
Os aspetos negativos, prendem-se com a excessiva e desnecessária artificialização do espaço: a desnaturalização do leito, das margens da ribeira da Castanheira e a construção de um dique para a criação de um lago artificial, são alguns dos exemplos disso.
A implantação de uma praça em paralelos de granito e de um grande relvado central sem qualquer arborização serão espaços que só terão utilidade em meia dúzia de dias por ano e não contribuem em nada para a qualidade do parque.
Não desistimos do nosso sonho, quem sabe se num futuro mais ou menos próximo os terrenos da encosta da quinta da Boavista não poderão vir a fazer parte do parque verde.
Velhos do Restelo são aqueles que passam a vida a sonhar pequeno e rejubilam com um lago artificial para patos.

Paulo Silva
Movimento em Defesa do Rio Tinto
Publicado no Jornal Nós Aqui no mês de Julho de 2018

quarta-feira, 4 de abril de 2018